sábado, 22 de abril de 2023

📆 *23 de Abril de 2023 (Domingo)*

  📆 *23 de Abril de 2023 (Domingo)*

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*III DOMINGO DA PÁSCOA* (Cor Branco, Glória, Creio, Pref. da Páscoa - III Semana do Saltério)

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😇 *Santos do dia* 

S. JORGE MÁRTIR / S. ADALBERTO, BISPO / B. MARIA GABRIELA SAGHÉDDU / ADALBERTO DE PRAGA.

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⛪ *Antífona de entrada:*

Aclamai a Deus, toda a terra, cantai a glória de seu nome, rendei-lhe glória e louvor, aleluia! *(Sl 65, 1-2)*

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☀ *Oração do Dia*

Ó Deus, que o vosso povo sempre exulte pela sua renovação espiritual, para que, tendo recuperado agora com alegria a condição de filhos de Deus, espere com plena confiança o dia da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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📖 *1a Leitura - Atos dos Apóstolos 2, 14. 22-33*

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✉ Leitura do Ato dos Apóstolos.

No dia de Pentecostes, 14Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: 

22“Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis. 

23Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. 

24Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse. 

25Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. 

26Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. 

27Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. 

28Deste-me a conhecer os caminhos da vida e a tua presença me encherá de alegria’.

29Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. 

30Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono.

31É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. 

32Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas. 

33E agora, exaltado pela direita de Deus, Jesus recebeu o Espírito Santo que fora prometido pelo Pai, e o derramou, como estais vendo e ouvindo”.

 *Palavra do Senhor.*

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↪ *1a Leitura - Atos dos Apóstolos 2, 14. 22-33*

 *Reflexão - “Foi por nós, que tudo aconteceu!”*

“Discorrendo sobre o que já prediziam os profetas e os salmos, Pedro tentava esclarecer os mistérios da nossa Redenção mostrando aos judeus a legitimidade da Palavra que se atualizava em Jesus Cristo. No entanto, apesar de conhecerem as Escrituras eles não tinham consciência do que poderia significar o que já estava escrito e não percebiam que a mensagem central da Sagrada Escritura é, sem dúvida, a Ressurreição de Jesus Cristo. Nela se manifesta o poder que Deus tem sobre o pecado e a morte. Por isso, os onze apóstolos que tiveram a experiência com o Cristo ressuscitado dos mortos corajosamente e com firmeza, puderam falar à multidão dos homens de Israel.  Ao mesmo tempo, ele os conscientizava de que fora eles mesmos os que crucificaram o Senhor da vida, entregando-o para que fosse morto. O intuito de Pedro, porém, era de fazê-los reconhecer o seu pecado e então, se converterem. Todos nós também precisamos refletir e ajuizar na nossa responsabilidade diante dos fatos ocorridos com Jesus Cristo. Foi por nós, que tudo aconteceu! É importante saber que por nós Ele foi crucificado, morto e sepultado, e que, também, por nossa causa, o poder amoroso do Pai O ressuscitou!  Portanto, Jesus Cristo é o Senhor da nossa morte e da nossa vida. A morte para o pecado e a nova vida de conversão. Jesus não foi abandonado na região dos mortos nem nós tão pouco ficaremos no sepulcro, porque a nossa alma anseia por estar com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, no céu. – Você cultiva a esperança de uma nova vida aqui mesmo e, depois, no céu? – Você tem consciência de que crucificou a Jesus Cristo? – O que você acha da determinação de Pedro em falar para a multidão e da ousadia dos apóstolos?”

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📖 *Salmo - 15*

🗣 *Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto de vós felicidade sem limites!”*

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1️⃣ Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: nenhum bem eu posso achar fora de vós!” Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!🗣

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2️⃣ Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.🗣

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3️⃣ Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.🗣

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4️⃣ Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!🗣

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↪ *Salmo - 15*

 *Reflexão* - “O salmo preanuncia a alegria de Jesus ressuscitado que confiou no poder do Pai. Podemos hoje, nós também, cantar este salmo nos apossando da alegria de quem tem consciência de que o Pai está perto e que o ampara em todos os momentos da sua vida. Junto do Senhor está a nossa felicidade e perto Dele nós vivemos, desde já, as delícias eternas preparadas para quem o invoca.”

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📖 *2a Leitura - 1 Pedro 1, 17-21* 

Leitura da Primeira Carta de São Pedro.

Caríssimos: 17Se invocais como Pai aquele que sem discriminação julga a cada um de acordo com as suas obras, vivei então respeitando a Deus durante o tempo de vossa migração neste mundo.

18Sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, 

19mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito. 

20Antes da criação do mundo, ele foi destinado para isso, e neste final dos tempos, ele apareceu, por amor de vós. 

21Por ele é que alcançastes a fé em Deus. Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, a vossa fé e esperança estão em Deus.

 *Palavra do Senhor.*

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↪ *2a Leitura - 1 Pedro 1, 17-21*

 *Reflexão - “A nossa alma anseia pelos caminhos do Senhor!”*

“A maioria das pessoas no mundo ignora a Deus e vive aqui na terra como se fosse este o nosso destino final. Por isso, é providencial que paremos para refletir nas palavras de São Pedro. Somos migrantes neste mundo, a nossa vida passa como um sopro e nem sempre conseguimos cumprir todas as metas a que nos propomos para obter sucesso e para ser feliz. Por conseguinte, precisamos estar bem conscientes de que a nossa felicidade não está embasada nas coisas materiais, como o ouro e a prata, pois, estas nos são úteis somente enquanto por aqui passamos. Nós fomos resgatados (as) pelo sangue precioso de Cristo por amor, e é pela fé na Sua ressurreição que  adquirimos  a esperança de alcançar  uma vida futura promissora.  Respeitar a Deus significa viver em conformidade com os Seus ensinamentos e não O desafiar querendo seguir caminhos diversos do que prega a Sua Palavra. A nossa alma anseia pelos caminhos do Senhor. Quando nos envolvemos apenas com o mundo material nós perdemos a nossa conformidade de filhos e filhas de Deus e embarcamos na frustração, por isso mesmo, tantas pessoas se sentem fracassadas e desiludidas. – Em que consiste hoje a sua esperança? – Em quem você tem colocado a sua atenção para receber direcionamentos para a sua vida? – Você tem vivido como filho e filha de Deus ou apenas como bastardo (a)?”

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🍞🍇 *Evangelho - Lucas 24, 13-35*

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 _Aleluia, aleluia, aleluia._

_Senhor Jesus, revelai-nos o sentido da Escritura; fazei o nosso coração arder quando falardes. *(Cf. Lc 24, 32)*_

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 *Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo✝ segundo São Lucas.*

Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 

14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. 

15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 

16Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. 

17Então Jesus perguntou: “O que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 

18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?”

19Ele perguntou: “O que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 

20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 

21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 

22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 

23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 

24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.

25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 

26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?”

27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 

28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 

29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles.

30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 

31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. 

32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” 

33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 

34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” 

35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.

 *Palavra da Salvação.*

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↪ *REFLEXÃO*

 *“Nossa solidão vem do esquecimento de Deus”*

“Assim como ocorreu com os discípulos de Emaús, o Cristo Ressuscitado permanece caminhando conosco. Nós, porém, facilmente nos esquecemos da presença de Deus e colhemos os frutos desse esquecimento.”Estamos no 3º Domingo da Páscoa e a Igreja proclama o extraordinário Evangelho dos discípulos de Emaús, da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Trata-se do Evangelho de São Lucas, capítulo 24, versículos de 13 a 35. Essa aparição de Jesus aos discípulos de Emaús tem algo de fascinante, diferente das outras aparições. Não que não seja importante, por exemplo, a aparição de Jesus a Maria Madalena, onde Cristo aparece a Maria Madalena, simbolizando a Igreja como esposa. Não que não seja importante a aparição de Jesus a Pedro, por exemplo, onde é confirmada a fé do Príncipe dos Apóstolos. No entanto, essa aparição de Jesus aos discípulos de Emaús é uma aparição que fala ao coração de todos os fiéis. “Naquele dia, primeiro da semana”, é assim que começa o Evangelho, “os dois discípulos caminhavam para a pequena cidade de Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém”. Um dos discípulos tem nome, Cléofas; o outro não tem nome, porque representa cada um de nós. Somos todos nós que precisamos estar ali. Eu arriscaria dizer, sem dúvida nenhuma, que Jesus apareceu aos discípulos no caminho de Emaús pensando exatamente em cada um de nós, para renovar a nossa fé. É muito fácil nos identificarmos com esses dois discípulos que vão no caminho conversando sobre os acontecimentos trágicos daqueles últimos dias. Era o domingo da Ressurreição, Jesus havia ressuscitado de madrugada, o túmulo foi encontrado vazio e esses discípulos ainda não sabiam que Ele já tinha aparecido para Maria Madalena e, exatamente por isso, vão conversando tomados de decepção e tristeza. No versículo 17, quando Jesus pergunta “O que ides conversando pelo caminho?”, o Evangelho faz uma leitura psicológica do que eles estão vivendo e afirma: “Eles pararam com o rosto triste”. A tristeza era tamanha que não era possível escondê-la, transparecia no rosto. Então, eles narram a Jesus tudo o que aconteceu e concluem com uma frase emblemática, como se estivessem colocando uma pedra sobre um túmulo, sepultando qualquer esperança: “Nós esperávamos que Ele fosse libertar Israel”. “Nós esperávamos” indica que há uma esperança frustrada, uma esperança não realizada. Mas o que é fantástico neste Evangelho é que eles “esperavam” (no passado), isto é, não têm mais esperança, e no entanto, a esperança que eles pensam ter perdido está ali, acontecida, realizada ao lado deles. Jesus é a realização da esperança deles, ou seja, naquele momento Jesus nem é mais esperança, na realidade, Ele é o próprio cumprimento, a realização do que eles esperavam. A realização de tudo o que eles esperavam está ali, do lado deles, mas eles não sabem e não enxergam isso. Isso é fantástico porque serve como um farol para iluminar a nossa vida. Nos momentos de frustração e de trevas, nos momentos de miséria, morte e desespero, Jesus estava ao seu lado como esperança que se realizou. Muito mais que do seu lado, estava dentro de você, estava caminhando com você e quer fazer com que o seu coração arda na fé. Este Evangelho é fantástico porque resume num pequeno relato aquilo que é o grande mistério do cristianismo. O que é o cristianismo? O cristianismo é o mistério de uma presença real, uma presença verdadeira, uma presença viva; porém, uma presença escondida e secreta que sempre caminha conosco. Mesmo que a sua fé seja tão pobre que ainda não perceba, Jesus Ressuscitado está ao seu lado. Muitas vezes você se sente sozinho. Quantas vezes você derramou lágrimas de solidão no seu travesseiro? No entanto, o Ressuscitado estava lá, mas você não sabia ou não enxergava, como aqueles discípulos de Emaús não enxergaram. Então, vamos refletir sobre este Evangelho e descobrir o que fazer para enxergar, pois o próprio Evangelho termina dizendo que os olhos, que antes estavam cegos, abriram-se: “Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus” (v. 31). É interessante o contraste que há entre o início do Evangelho e o final do Evangelho. O início do Evangelho diz: “Os discípulos estavam como que cegos” (v. 16). E, no final do Evangelho, esses mesmos olhos se abriram. Vejamos, então, como fazemos para enxergar, mesmo quando estamos numa solidão atroz, na qual parece que tudo está contra nós e todos nos abandonaram. Nós que andamos com o rosto triste como aqueles discípulos, como podemos sair dessa situação? O caminho fundamental é o da vida de oração, em que podemos nos encontrar com essa presença de forma mais consciente. Jesus está conosco o tempo todo, mas na maioria das vezes não somos capazes de enxergar essa presença. Quando meditamos a respeito da Palavra de Deus, o Ressuscitado nos toca com a ação do Espírito Santo e faz arder o nosso coração como fez aos discípulos de Emaús. Vejamos o que o próprio Jesus fez para que esses discípulos saíssem de sua miséria. Ao ver aqueles dois andando tristonhos, com suas lamúrias, Jesus não passou a mão na cabeça deles nem alimentou o vitimismo dos dois. Ao contrário, Jesus usou uma espada de dois gumes — porque a Palavra de Deus é assim, penetrante — e mostrou-lhes a realidade. Nosso Senhor disse a eles: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo que os profetas falaram” (v. 25). Num primeiro momento, essa atitude parece até um pouco cruel, pois em vez de prestar solidariedade ao sofrimento deles, Jesus mostra que, se eles estão tristes, a culpa é deles próprios que não conseguem enxergar os desígnios de Deus. É como se Ele dissesse assim: “Estou ressuscitado, estou vivo e se vocês não enxergam isso. Logo, a culpa é de vocês, porque são sem inteligência e lentos para crer”. Os discípulos achavam que o problema deles é que tinham se decepcionado com Jesus. Mas Jesus, como um bom médico, dá o verdadeiro diagnóstico, mostrando que a doença deles era a falta de fé. Se tivessem fé, a inteligência deles estaria iluminada e a vontade deles seria impelida. É isso que Deus faz quando realizamos um ato de fé. Todas as vezes que rezamos e fazemos um ato de fé exercida, o que o Ressuscitado faz é enviar o Espírito Santo que ilumina a nossa inteligência e convida a nossa vontade para que enxerguemos essa presença Dele. Até aqui, então, Jesus dá o diagnóstico, como se dissesse: “O problema de vocês é falta de inteligência e falta de fé”. Mas qual remédio Ele vai utilizar para curá-los? A meditação da Palavra: “E começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito Dele” (v. 27). Jesus conduziu uma longa meditação sobre as palavras de Moisés e dos profetas, e aquelas palavras foram se demonstrando não mais como uma lembrança do passado, não mais como um arquivo morto que foi aberto, não mais como palimpsestos cheios de poeira que eram retirados das estantes. Jesus sopra sobre os “ossos ressequidos” daquelas palavras do passado e elas passam a ter vida: “Não ardia o nosso coração enquanto Ele, pelo caminho, nos explicava as Escrituras?” (v. 32). Sim, Jesus nos fala, mas é necessário ouvir a sua voz dentro de nós. Como já dito, o cristianismo é o mistério da presença real do Ressuscitado, que apesar de real, é também escondida e secreta. Jesus está presente e ressuscitado em nosso coração. Ele caminha e fala conosco. O que precisamos é robustecer a nossa fé para conseguir perceber aquilo que não estamos enxergando. Se a pessoa tem uma fé pobre, é claro que ela não conseguirá reconhecer o Senhor, ficará como esses discípulos que caminham como cegos.  Mas Cristo é a luz da verdade, que quer abrir os nossos olhos e iluminar a nossa cegueira. Então, como devemos fazer? Sejamos bem práticos: cada um de nós precisa ter um encontro pessoal com Cristo. Quando nos recolhemos um pouco e olhamos para dentro de nós, conseguimos ver em nosso interior aquela mesma situação dos discípulos de Emaús. Se, como diz o Evangelho, “eles pararam com o rosto triste”, paremos também nós. Examinemos um pouco os nossos sentimentos e vejamos que as nossas emoções são empurradas de um lado para outro como as ondas do mar. Somos facilmente levados pelas emoções do dia a dia, afinal, todo dia tem uma notícia ruim, todo dia tem uma adversidade acontecendo, todo dia tem algo que nos joga para baixo e nos desanima, de tal forma que nos entregamos às lamentações: “Eu esperava que, aproximando-me de Jesus, a minha vida ficaria melhor. Eu esperava que junto com Jesus eu não precisaria mais me angustiar...”. Diante desse maremoto de sentimentos, que nos joga de um lado para o outro, devemos nos colocar diante de Jesus e ouvir com sinceridade as suas advertências: “Ah, como você é sem inteligência e lento para crer! São os animais que vivem empurrados pelos sentimentos. As pessoas inteligentes enxergam tudo pela luz da verdade”. E, ao ouvir essa dura palavra de Nosso Senhor, precisamos reconhecer nossa pequenez e suplicar-lhe o auxílio da sua graça: Jesus, tocai o meu coração com essa palavra que fere, essa palavra que desafia. Fazei-me, Senhor, ver que, se estou sofrendo, é por minha própria culpa. Vós estais comigo o tempo todo; porém, eu vou andando pelas estradas dessa vida esquecido de Vós. Sim, Senhor, a razão de tudo é o meu esquecimento de Vós. Eu tenho que confessar, Jesus, que o nome da minha solidão é esquecimento. Eu me lembro de tantas coisas, de tantos problemas e de tantas angústias, mas não me lembro de Vós. Não me lembro daquele toque suave de vossa graça em cada comunhão. Não me lembro da vossa presença. Senhor, Vós que estais no fundo da minha alma, não permitais que eu me esqueça novamente da vossa presença. Nas estradas desta vida, nos caminhos e nos descaminhos da minha existência, eu vou andando esquecido de Vós e, por isso, sou dilacerado pela tristeza. Sou acabrunhado pelo peso da minha Cruz e, no entanto, não me lembro de Vós, não me recordo que tenho do meu lado o mais belo de todos os Cirineus, o melhor de todos os companheiros, Aquele que faz a minha cruz se tornar leve. Sim, o meu fardo seria leve e o meu jugo seria suave, se eu me lembrasse de Vós, se eu me lembrasse da vossa presença ao meu lado. E, no entanto, eu me esqueço a todo momento. Jesus, que, neste tempo Pascal, eu não me esqueça de Vós. Dai-me, Senhor, a graça de sempre me lembrar de vossa presença ao meu lado. Os discípulos de Emaús, desesperados, lamentaram-se: “Nós esperávamos”. E, no entanto, Vós estáveis ao lado deles como esperança realizada. Do mesmo modo, Vós estais aqui agora, Senhor, neste momento. Vós estais aqui tocando a minha alma como esperança realizada, porque Vós sois uma presença real.  vossa presença, Jesus, é até mais real que a minha presença. Sim, por que onde eu estou? Estou tão longe de mim. Não estou presente a mim mesmo, sou sempre arrastado por tantas coisas, perco-me longe de mim. Eu não estou por inteiro aqui; Vós permaneceis completamente aqui porque estais ressuscitado e glorioso. Embora estejais escondido e secreto, sois uma presença real, mais real do que a minha. Senhor, eu creio na vossa presença. Portanto, quero Vos pedir, Senhor, neste Tempo Pascal: ressuscitai a minha fé e fazei com que a minha memória nunca se esqueça de Vós, que o meu coração se mantenha ardendo enquanto viveis comigo e caminhais ao meu lado carregando a minha cruz. Que essa oração seja um verdadeiro propósito para as nossas vidas, levando-nos a um encontro pessoal com o Ressuscitado. Que nesse encontro nossos olhos, como os dos discípulos de Emaús, sejam abertos pela meditação da Palavra e pela Eucaristia celebrada a cada domingo.”

*_Comentário do Evangelho: Pe. Paulo Ricardo (https://padrepauloricardo.org/)_

*_Outros Comentários: Helena Serpa (Blog: https://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com/)_


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